segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada

Bom esse é o relato de minha jornada espero que gostem...
Fotos:
Depois de muitos dias de ansiedade finalmente chegou o dia sonhado... Eram 8 hs. da manha e acordei em um dia de calor e pouco vento, os preparativos para a viagem já estavam todos tomados, tinha sido uma semana de muita correria para deixar tudo bem encaminhado e poder viajar com tranqüilidade, procurei passar o maior tempo possível com minha esposa e minha filha e aquela manhã foi arrastada... As 13 hs do dia 06 de Abril de 2008, depois de um belo almoço feito especialmente pela minha Cris, me despedi de minha esposa, minha filha, meu irmão Rodrigo e minha cunhada, e parti para a Jornada que me levou a lugares fantásticos onde conheci um pouco da cultura e das pessoas do Chile, Argentina e Uruguay.Os primeiros quilômetros percorridos por minha Falcon , ano 2006, cor prata, foram feitos pela Estrada do Mar, foram aproximadamente 30 km. entre Xangri-Lá/RS e Osório/RS, como estava com o equipamento de viagem logo vi que passaria calor, e percebi que minha moto estava bastante pesada, tinha colocado muita roupa que depois com o decorrer da viagem fui ter certeza que não deveria ter levado, mas... O primeiro abastecimento foi em Guaíba, onde descansei alguns minutos e logo retomei a estrada pois não queria pegar o entardecer na estrada e Pelotas era meu destino naquele dia. Na entrada de Pelotas parei para ligar para o Rodrigo Nunes, um dos meus companheiro de viagem, logo estava na sua companhia, e fomos para sua casa fazer alguns ajustes na minha moto, trocamos o filtro de ar, e conversamos bastante sobre nossas expectativas para a viagem, à noite fomos a um restaurante onde encontramos o terceiro companheiro de viagem, Nelson Seixas, jantamos e era umas 23 hs. fomos dormir, pois no outro dia teríamos um trecho longo de viagem...

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 07 de Abril - primeiro dia

Eram umas 5 hs. da manhã e já estava acordado, o tempo não passava, e quando escutei barulho na casa por volta de umas 6:45 hs. da manhã levantei e tomei um banho rápido, comecei a me arrumar e logo estava tomando café com os familiares do Rodrigo... As 8 hs. da manhã conforme combinado estávamos os três prontos pra sair com as motos abastecidas e cada um com um sorriso estampado no rosto, umas fotinhos básicas, despedidas e estrada, pegamos o rumo de Santana do Livramento, no caminho abastecimentos e muitos sorrisos, pouco antes do meio dia estávamos na entrada de Santana de Livramento e contatamos com o Kojak, motociclista referencia da região da fronteira e um baita de um cara, ele nos ajudou a encaminhar os documentos que necessitávamos e nos indicou um restaurante bom e barato para almoçarmos, eram umas 15 hs. e pegamos o rumo de Taquarembó, e ai se passamos na jogada e não abastecemos em Taquarembó, como minha moto estava muito pesada e com um consumo alto, tivemos que diminuir o ritmo de viagem e rodamos uns 120 km. a 80 km/h isso nos atrasou bastante e acabamos pegando noite alta na estrada, quando chegamos até um posto de abastecimento minha moto tinha apenas 300 ml. de gasolina no tanque, ai abastecemos, tomamos uma coca-cola de garrafa de vidro (que são as melhores) e fomos rumo a Paysandú/UY que faz divisa com Colon/AR, chegamos à fronteira por volta de 21:45 hs. fizemos os tramites de imigração e entramos na Argentina, na entrada de Colon/AR paramos em um posto de abastecimento para lubrificar as correntes e abastecer as motos, chegamos ao centro da cidade e rapidamente encontramos um hotel e depois fomos jantar, comemos uma pizza, e logo fomos dormir...

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 08 de Abril - segundo dia

Acordei antes do horário combinado, eram 5 hs. da manhã e dormi apenas 4 hs. más a cama que peguei no quarto do hotel ficava embaixo do ar condicionado e o barulho e um vazamento de água do aparelho não me deixaram dormir bem, tomei um banho para acordar, as 6 hs. saímos do hotel e pegamos a estrada rumo a Villaguay onde tomamos café, logo saímos e fomos em direção à cidade de Paraná, aonde chegamos um pouco antes do meio dia, atravessamos o túnel por baixo do Rio Paraná e chegamos a Santa Fé, passamos rapidamente por Santa Fé e fomos em direção a Córdoba, paramos para almoçar as 14 hs. aproximadamente e conversamos sobre nossas próximas paradas, e ai tivemos uma primeira dissidência quanto aos objetivos da viagem, minha idéia eram passar um dia em Córdoba para conhecer essa bela cidade Argentina e depois seguir a Mendoza e fazer o mesmo, e em Santiago no Chile também parar por um ou dois dias e conhecer a cidade e a região, e para cumprir esse objetivo pensava eu que teríamos que andar sempre nos dias de viagem o máximo possível, idéias essas não compartilhas por Nelson, que queria andar no máximo 500 km. por dia e não entrar nem conhecer cidades grandes e ir diretamente a região dos vulcões e Lagos Chilenos e Argentinos, Rodrigo em um primeiro momento não manifestou opinião firme sobre esse assunto, apenas dizendo que gostaria de conhecer Santiago no Chile... Engoli a comida, e minha vontade era virar meia volta e voltar ao Brasil, não sabia até então que a viagem tinha dono, e passou em minha cabeça um monte de bobagens, entre elas abandonar o grupo... Saímos do restaurante e novamente pegamos à estrada, e pela idéia de Nelson dormiríamos em San Francisco poucos km. à frente, e como era cedo, como 15:30 hs., Rodrigo conseguiu convencer Nelson a seguirmos... Alguns quilômetros à frente em uma sinaleira em uma das muitas pequenas cidades que passamos nesse dia, encontrei por acaso um casal de Cordobeses, simpáticos perguntaram de onde éramos, ao responder que éramos brasileiros do sul do Brasil, me perguntaram para onde iríamos, disse então que iríamos a região de Córdoba, acabamos parando para conversar e nos deram varias dicas sobre a região, nos indicaram que deveríamos dormir em Carlos Paz, na serra próxima a Córdoba, acabamos passando rapidamente pela casa deste casal para pegarmos algum panfletos sobre a região e logo nos despedimos na saída da cidade, ficou a lembrança até hoje de que podemos encontrar pessoas gentis e hospitaleiras em qualquer lugar do mundo. Seguimos rumo a Carlos Paz já no final da tarde, quase noite, ao chegarmos em Carlos Paz fomos eu e Rodrigo pegar informações sobre hospedagem em um centro de turismo local, quando voltamos para as motos o Nelson estava com um casal, ele Argentino e ela Brasileira, eles tem imóveis de aluguel em Carlos Paz e nos ofereceram um apartamento, demos uma olhada e topamos, estávamos cansados afinal tínhamos viajado com temperaturas de mais de 30 graus durante quase todo dia... O clima entre nós estava dos piores, como somos pessoas educadas, conversamos novamente, más cada vez ficava mais claro que a situação se encaminhava para ficar insuportável, enquanto descarregava minha moto falei para o Rodrigo que cheguei a pensar durante a tarde em abandonar o grupo e seguir minha viagem sozinho... Tomamos banho e fomos jantar, antes fizemos contato com nossos familiares, já estava com muita saudade da Nay e da Cris, somando tudo o que estava acontecendo e mais a saudade tava me sentindo bem mal... Jantamos e demos uma caminhada por ruas próximas ao centro e fomos dormir.

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 09 de Abril - terceiro dia

Acordamos, banho tomado, e eu estava com uma dor no corpo incrível, afinal desde Xangri-lá até Carlos Paz/AR eu rodei mais de 2.300 km, para quem não ta acostumado é muita quilometragem em dois dias e meio, sem falar que acordei cedo nos últimos dois dias... Bom por volta das 8:30 hs. entregamos as chaves do apartamento para os proprietários e fomos praticamente obrigados a irmos até a casa deles e tomarmos um café da manhã, mesmo não querendo tivemos que topar por educação, e mais uma vez fomos bem tratados e sentimos a hospitalidade do povo Argentino, quando estávamos saindo pensei comigo mesmo esse povo Argentino gosta dos Brasileiros mesmo... Saímos e logo pegamos o caminho das Serras de Córdoba, aonde vimos lindas paisagens e tiramos muitas fotos, mais uma vez tive problema com o Nelson, só que agora suas atitudes de falta de educação se dirigiram ao Rodrigo também, sinceramente não sei qual é a desse Cara... Paramos para almoçar em Vl. Dolores, comida horrível, pedimos um frango e esqueceram de tirar as penas, argh... Pegamos a estrada com muito calor e chegamos a San Luis, ai pegamos uma rodovia esplendida e rumamos a Mendoza, caminho plano e retas malucas, calor, calor e calor, no final da tarde estávamos em mendoza, na chegada a uns 100 km de mendoza já começamos a avistar a cordilheira que cada vez ficava mais próxima, a imagem é magnífica, linda, e inesquecível... Quando chegamos realmente a Mendoza o sol começava a se esconder por detrás da Cordilheira, entramos na cidade e logo o Rodrigo encontrou a revenda autorizada da Honda, onde agendamos a troca de óleo para o outro dia pela manhã as 9 hs., perguntamos para o chefe da oficina sobre um hotel e ele nos indicou um bem atrás da oficina, que ficava a pouco mais de 4 quadras do centro da cidade, fomos até lá e apesar do quarto pequeno para 3 pessoas, ficamos ali, banho tomado e fomos conhecer o centro da cidade e realmente Mendoza é uma cidade muito linda, arborizada e limpa, com muitos prédios antigos com boa conservação e uma enorme igreja muito bonita e antiga, que segundo nos disseram era da época da fundação da cidade... Jantamos e demos umas voltas pelo centro e fomos para o hotel, quando chegamos na esquina do hotel perguntei para meus companheiros se alguém era parceiro para tomarmos uma cerveja? o Rodrigo topou e o Nelson disse que iria dormir pois estava muito cansado... Procuramos um bar e tivemos que andar algumas quadras e chegamos a um posto de gasolina e ali tomamos uma Andes, cerveja da região, conversamos eu e o Rodrigo sobre a viagem e falei que não suportava mais o convívio com o Nelson e que era melhor eu seguir a viagem sozinho, afinal eles, Rodrigo e Nelson, eram amigos, andavam de moto juntos a um bom tempo e eu conheci o Rodrigo em Junho de 2007, e o Nelson eu apenas falei com ele uma vez em Xangri-Lá no encontro de motos em Setembro de 2007, então disse a ele que eu iria atravessar a cordilheira com eles e depois iria até Santiago/CH e provavelmente voltaria ao Brasil em seguida, tomamos umas duas cervejas e eram umas 23:15 hs. eu e o Rodrigo fomos para o hotel dormir, e lá encontramos o Nelson já dormindo...

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 10 de Abril - quarto dia

Acordei e o corpo queria ficar deitado, más como não sai de casa pra ir para um hotel e ficar dormindo, levantei e pensei: depois durmo quando chegar em casa, vou aproveitar e conhecer a cidade por que não sei se um dia volto aqui; Logo o Rodrigo também pulou, banho tomado e fomos tomar café, para depois levarmos as motos para fazer a troca do óleo, quando a porta da oficina abril as 9 hs. caímos pra dentro com as motos, marcamos de pegalás as 12:30 hs. prontas e fomos procurar uma lavanderia e uma lan house, caminhamos pela cidade e tivemos uma excelente impressão da cidade, fomos pegar as motos no horário marcado e fomos ao hotel pegar os capacetes para rodarmos na cidade e melhor conhece-lá, ai encontramos o Nelson na recepção e ele nos chamou para conversarmos, nos disse que iria seguir viagem sozinho no outro dia e que o motivo era que o cronograma pré definido da viagem não estava sendo obedecido, esse tal cronograma já tinha sido falado por ele em outras ocasiões e consistia basicamente em: viajar no máximo 500 km. por dia, não entrar em cidades grandes de forma alguma, e ir diretamente à região dos lagos e vulcões do Chile e depois da Argentina; Dai falei pra ele que não sabia desse cronograma e que não concordava, e falei que a viagem tinha sido definida por ele e o Rodrigo e que eu entrei na carona, e infelizmente não conversei sobre esses detalhes com ele, e havia comentado com o Rodrigo que gostaria de conhecer Córdoba, Mendoza, Viña del Mar, Santiago, Bariloche...; Más que quem deveria sair fora era eu, e eu já tinha decidido que faria isso, e achava melhor ele e o Rodrigo seguirem juntos, já que entre eu e o Nelson não existia nem um laço de amizade, ai o Nelson disse que caso o Rodrigo quisesse ir com ele não teria problema, nessas alturas o Rodrigo disse que não iria mais com o Nelson, e vi que a coisa tava degringolando mesmo, no final dessa "conversa" amistosa praticamente ficamos assim: Nelson seguiria a sua viagem solo, Rodrigo seguiria a sua também solo, e eu Rogério seguiria até Santiago com o Rodrigo e depois voltaria ao Brasil; Puta merda... Tentei apaziguar as coisas, mas era impossível... Fomos almoçar os três juntos em um restaurante porrada e caro, comida boa más não para o preço cobrado, más uma vez na vida vai, depois um passeio em um cantina (Vinícola) tradicional de mendoza, fomos eu e Rodrigo dar um giro pela cidade e conhecer os pontos turísticos principais dessa bela cidade, no final da tarde fomos lubrificar as correntes das motos e tomamos uma cerveja e cedo fomos dormir pois no outro dia seria "O DIA".

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 11 de Abril - quinto dia

Acordamos antes das 5 hs. da manhã, arrumamos as coisas, o hotel já estava pago desde a noite anterior, tomamos café rapidamente e saímos eu e Rodrigo para "O DIA", nosso mui amigo Nelson ficou dormindo, estava uma temperatura agradável, devia estar como 7 graus, coloquei o forro térmico na jaqueta e pus a segunda pele da solo, então frio não foi problema, a ansiedade era muita, acabamos errando feio a saída da cidade e pegamos o caminho de volta ao Brasil, ai voltamos e achamos a saída para a cordilheira, era noite escura e se via nuvens escuras nas partes mais altas das montanhas, andamos algo como 50 km. e o dia começou a clarear, os raios de sol sobre as montanhas davam um colorido lindo, paramos diversas vezes para fotos e filmagens, eu e também o Rodrigo estávamos meios embasbacados, hoje relembro esse dia e penso: "que lugares, que paisagens, parece um sonho, tudo era mágico, era como se estivéssemos em um filme de Harry Poter", sobre esse efeito mágico subimos até Uspalata/AR que fica a mais ou menos 2.000 metros de altitude, tomamos café e era umas 9 hs., ali em Uspalata fomos visitar uns pontos turísticos e tirei algumas fotos que demonstram esse efeito de magia que essa região tem, começamos a subir e o tempo que estava aberto em Uspalata começou a fechar, uns 30 km. depois de Uspalata já era frio pra chu-chú, em um ponto de fiscalização da policia Argentina, uma policial com muito frio nos perguntou para onde iríamos, respondemos e perguntamos se iria nevar, ela nos respondeu que possivelmente estava nevando na parte alta da cordilheira, seguimos em busca da neve, conforme subíamos, e é bom salientar para os que não conhecem a cordilheira a subida é gradual pelo lado Argentino, você praticamente não tem problema, sobe tranqüilo, apartir de um certo momento as motos começaram a sofrer a falta de oxigênio e começamos a utilizar obrigatoriamente a quarta e por fim a terceira marcha para andar, isso não impedia de andarmos a 70/80 km/h, quando em certo momento percebemos que estava realmente nevando, paramos as motos imediatamente, e a emoção brotou dos olhos de meu companheiro, confesso que também me senti emocionado, paramos alguns minutos e ficamos nas nuvens, afinal estávamos na Cordilheira de los Andes e estava nevando, lembrei de minha esposa Cris, minha filha Nayara, meus pais, irmãos, a família de minha esposa, meus companheiros de viagens que não estavam ali comigo o Alexandre Modena, o Cleber, o Alexandre Martins e outros, minha alegria era tanta que até esqueci do frio... Seguimos viagem e paramos na ponte inca, depois na entrada do Aconcagua, a seguir fomos até a subida do Cristo Redentor, ali perguntamos a que altura estávamos e me disseram que era 3.200 metros de altitude, e se subíssemos o Cristo Redentor iríamos a 3.700 metros de altura, começamos a subir e logo minha moto começou a falhar e de tanto forçar acabei perdendo parte da embreagem, ai parei e desisti de subir mais, mas com certeza estávamos a 3.500 metros de altitude, demos um tempo lá em cima e chegou um cara a pé, o Rodrigo puxou um inglês com e ele e conversa vai conversa vem e o cara era do Pais de Gales e tava viajando na cordilheira a pé, e nós achando que nossa viagem era façanha... Descemos e fomos almoçar no único restaurante que tinha ali em cima, muitos turistas e vários guias de Mendoza, almoçamos e era umas 14 hs. saímos para atravessar o túnel de Cristo Redentor e logo chegamos à aduana, quando descíamos das motos vimos o Nelson já saindo e esse foi o ultimo contato que tivemos com ele, fizemos a burocracia fronteiriça e quando estávamos liberados fiquei observado as pessoas que passavam por ali, movimento grande, gente entrando no Chile e gente entrando na Argentina, me chamou a atenção três moças que estavam com mochilas e haviam chegado ali a pé, o guarda aduaneiro Chileno perguntou a elas se por acaso elas queriam carona com um caminhão já que estava muito frio, elas sorrirão e disseram que queriam seguir a pé, ai perguntei ao guarda de onde elas vinham e ele disse que elas vinham de Buenos Aires e seguiam para Santiago a pé, e eu achando que minha viagem era proeza... Sinceramente quando vi a placa de Bievenidos a República del CHILE me senti "O CARA" e comecei a pensar no que tinha me levado a fazer essa viagem, o estresse da vida, a doença que tive, a viagem para a Argentina com carro a uns 4 anos atrás, e confesso a emoção brotou em meus olhos, logo chegamos aos Caracoles, algumas fotos, curtimos a decida bastante, descemos bem devagar, quando chegamos lá embaixo o clima era outro e o frio já não existia mais, foi mais ou menos assim de - 2º para 18º, rapidamente passamos por Los Andes e rumamos para Viña del Mar aonde chegamos por volta de 16:30 hs., uma olhada no Oceano Pacifico e fomos procurar hotel nessa Praia cara pra chu-chú, depois de algumas tentativas de conseguir algo barato, acabamos ficando em um hotel antigo e não tão barato assim, porem tinha garagem, e tinha piscina térmica, descemos as bagagens e fomos tomar um banho e relaxarmos, ai conversa pra cá e conversa pra lá falei pro Rodrigo, vou te acompanhar, não volto sozinho pro Brasil como havia falado, vamos até o fim juntos, comentei com ele que a Cordilheira na verdade era meu maior objetivo e já me sentia satisfeito com ela, más como estávamos ali, seguiria em frente, vi que meu companheiro ficou feliz, saímos para jantar e combinamos ir a Santiago no outro dia de ônibus, e fomos dormir afinal foi um dia e tanto...

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 12 de Abril - sexto dia

Acordamos por volta das 7 hs, rapidamente tomamos café e fomos para a rodoviária, entre Viña del mar e Santiago demora mais ou menos 2:30 hs. de viagem, chegamos a Santiago, o ônibus chega diretamente em uma estação de metro, ali pegamos o metro e fomos ao centro da cidade, e a impressão da cidade foi das melhores, caminhamos pelo centro e vai pra cá vai pra lá e decidimos conhecer uma feira tradicional de Santiago, pegamos o metro e descemos em um certo ponto e pegamos um táxi, conversamos bastante com o taxista e descobrimos que tinha naquele sábado o clássico Colo-Colo X Universidade del Chile, e logo começamos a reparar a movimentação de torcedores, fomos a feira, almoçamos, compramos alguns presentes para nossas companheiras, e umas 15 hs. resolvemos voltar a Viña del Mar, táxi, metro, e ônibus e no final da tarde estávamos em Viña del Mar, demos uma volta na cidade, lubrificamos as correias, tomamos umas cervejas e jantamos uma pizza e fomos dormir...

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 13 de Abril - sétimo dia

Acordamos umas 7:30 hs, café, arrumamos as bagagens e fomos para um ponto turístico tirar umas fotos, atravessamos Valparaiso e a impressão não foi das melhores, pegamos à estrada e minha moto continuava gastando um monte com medias entorno de 15 km/litros, pegamos a Ruta 5, uma via dupla com muitos pedágios, em um destes pedágios um maluco bateu na traseira da moto do Rodrigo parada na cancela do pedágio, graças a Deus foi apenas um susto, um pouco depois de Santiago paramos em um posto de abastecimento e ali encontramos alguns motociclistas chilenos que se preparavam para fazer um passeio pelas proximidades, trocamos algumas palavras, contamos nossa viagem falamos de nosso destino, pegamos algumas dicas e seguimos nossa viagem, andamos em torno de 800 km. nesse dia, boa parte com vento contra, e praticamente uma reta só, dia muito cansativo, e no final da tarde muito frio, entorno de 5 graus a temperatura, ao anoitecer chegamos a Los Angeles, ali fizemos uma negociação em um hotel, o preço começou em 38 mil pesos chilenos e fechamos em 22 mil pesos chilenos, e valeu a pena o hotel era bem bom, internet liberada, tomamos um banho bem quente, nos comunicamos com os familiares e fomos jantar, comemos uma espécie de X que tinha até repolho cozido, e traçamos o roteiro para o outro dia, depois de ter tomada algumas dicas com o pessoal do hotel...

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 14 de Abril - oitavo dia

Segunda-feira, na madrugada tivemos temperaturas negativas em Los Angeles, café, quando íamos saindo um desentendido com a recepcionista do hotel, havíamos pago o hotel na noite anterior e tínhamos o recibo, e na ficha não constava nosso pagamento, ai mostrei o recibo e tudo bem, saímos e logo estávamos na Ruta 5 novamente, retas e frio, e graças a Deus o vento deu uma parada, logo estávamos pegando uma estrada secundaria que ruma a Villaricca, ao longe começou a surgir o Vulcão Villaricca imponente e belo, o dia era lindo e o céu de brigadeiro, logo estávamos em Villaricca, na chegada, um pouco antes das 11 hs da manhã, ao passar sobre uma ponte na entrada do lugarejo, percebemos que havia ao lado uma outra ponte em construção e que de cima desta outra ponte se tinha uma vista do lago Villaricca e do vulcão Villaricca muito linda, ai demos meia volta e fomos lá na ponte em construção, ao estacionar o Rodrigo comentou que logo viria alguém mandar sair da onde estávamos, falei que se nos mandassem sair sairíamos, só fechei a boca e olhamos para o lado vinha um cara com um capacete branco em nossa direção e acenava para nós, pensamos vai mandar nós sairmos, estávamos enganados o Salvador, esse era seu nome, chegou e perguntou se queríamos que ele tirasse uma foto nossa, conversamos um bom tempo com ele, e foi muito atencioso conosco, nos deu dicas de onde irmos e de onde nos hospedarmos, nos indicou um lugar para almoçarmos, e depois de muita insistência nossa acabou almoçando conosco, comida simples e bem quente e forte, afinal era o refeitório dos operários que trabalham na construção da ponte, conversas amistosas e logo chegou um colega de trabalho do Salvador, o Rodrigo, também gente boa, almoçamos e nos despedimos e seguimos para conhecer o vulcão, subimos por uma estradinha e fomos subindo e a neve foi aparecendo, e fomos subindo e daqui a pouco tinha muita neve e gelo pelo caminho, tiramos muitas fotos e aproveitamos o visual lindíssimo, com o contraste do vulcão com neve e lá embaixo o lago com muito sol, ficamos ali por algum tempo e logo descemos e fomos para Pucon que é uma cidadezinha tipo playmobil que esta ao pé do vulcão, lugar bonito e também na beira do lago Villarrica, lugar bem legal, após pegamos o caminho de Lican Ray, lugarejo que tem o Lago Lican Ray como referencia e fica a uns 25 km de Pucon, ficamos ali poucos minutos e conversamos com dois nativos, senhores de 60 e poucos anos que estavam interessados em nos alugar um passeio de barco, perguntei para eles o que tinha vontade de perguntar e até então não tinha tido oportunidade: "O vulcão já entrou em erupção?" e eles responderam que em 1972 foi a última vez que houve uma erupção do Villarrica e ele mandou lavas e cinzas por uma semana para o alto e queimou muita vegetação na sua volta, os lugarejos próximos foram evacuados e até hoje o Villarrica está ativo, agradecemos aos dois senhores, e saímos com as motos, ai lembrei de uma foto que tirei lá em Pucon em que aparece um semáforo em uma parede de um prédio sobre o alerta vulcânico, e fiquei pensando como é viver em uma região com esse tipo de ameaça, como deve ser inseguro... Saímos de Linca Ray e fomos em direção a Pingue Pulli, lugarejo banhado pelo lago Pingue Pulli, e bem acanhado, ali chegamos no anoitecer, e após umas fotos básicas, seguimos uma dica dada pelo nosso amigo "Salvador" sobre onde se hospedar, procuramos "Las Cabañas de Hospedagem", e mesmo sem sabermos o que era na realidade encontramos uma casa de família traduzindo para o nosso cotidiano Brasileiro, ficamos em um quarto com banheiro no corredor e pagamos 5 mil pesos chilenos por pessoa, foi uma noite fria, e fomos dormir cedo...

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 15 de Abril - nono dia

Acordamos e encarei o banho, botamos as roupas de frio e fomos levar as bagagens nas motos, ai o Rodrigo foi fazer a moto pegar e o óleo tava pesado e o motor deu uma arrastada, ficamos até um pouco receosos mais logo a moto dele pegou e a minha pegou tranqüilo, esquentamos bem o motor antes de sairmos, e comentamos sobre o frio que tinha sido a noite e não sei com exatidão más deve ter dado uns 2 a 3 graus negativos tranqüilo, pegamos a estrada e fomos em direção a Ruta 5, para irmos mais para o sul, ai paramos em um posto de gasolina e mais uma vez, acho que foi a terceira ou quarta vez, derramaram gasolina em cima do tanque na hora do abastecimento, o gente bem atrapalhada e burra, e até hoje tenho dúvidas se não era de propósito, seguimos e chegamos umas 11 horas a Pouerto Montt, ficamos uns minutos ali para fazermos cambio de moeda e seguimos rumo ao Canal de Chacão, chegando ali pegamos o Barco para a Ilha de Chiloé, e logo almoçamos já em Chiloé, depois do almoço seguimos para Castro, no caminho passamos por Ancud e mais alguns quilômetros e estávamos em Castro, de Chacão até Castro são uns 120 km, em Castro repetimos a busca por "Cabañas de Hospedagem" e mais umas vez tivemos sucesso, deixamos as bagagens no nosso quarto e saímos a pé para conhecermos um pouco da pequena cidade, que me agradou e superou a minha expectativa, fomos ao centro, na praça central que tem uma igreja toda de madeira em frente, alias existem muitas igrejas já centenárias nesta ilha e todas de madeira e sem nenhum prego, a madeira é toda encaixada, e essa igreja de Castro é muito bonita e valeu uma foto, fomos a um centro de artesanato e comprei umas roupas para as minhas Cris e Nayara, fomos a uma Lan House nos comunicar com os familiares, afinal era o aniversário do Rodrigo, fomos comer uma pizza e tomamos umas Stella Artois para comemorar e logo fomos dormir, ao deitar pensei comigo mesmo que no outro dia começava a volta, e a saudade era grande...

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 16 de Abril - décimo dia

Acordamos umas 7 hs. e pegamos a estrada rumo a Pourt Montt, começava a volta, choveu a noite e amanheceu chovendo, saímos umas 8 hs. assim que amanheceu, andamos uns 20 km. e levei um susto daqueles, na verdade escapei barato, eu estava andando a uns 80/90 km/h a mais ou menos 50 metros de um caminhão baú, de repente esse caminhão praticamente parou na pista, e quando percebi já estava bem próximo, ai tentei frear e a moto dançou a traseira, no extinto puxei a moto para o lado e passei raspando a traseira do caminhão, nessa manobra levantei um cone que tinha no meio da pista, que susto, parei um pouco na frente e tirei umas proteções contra a chuva que tinha colocado no guidon da moto e me impediram de frear a moto corretamente, acho que meu susto foi grande más pela cara de meu companheiro Rodrigo ele se assustou mais do que eu, talvez por ter ficado observando impotente sem poder nada fazer apenas torcer... Continuamos a viagem e depois de umas 2 hs. chegamos a Pourt Montt, já sem chuva, e logo fomos tentar trocar o óleo das motos, fomos a uns dois ou três lugares e nos indicaram uma oficina de motos em uma avenida, lá chegando fomos atendidos por um cara que parecia ser o dono da oficina, falamos o que queríamos e o cara nos olhou de cima a baixo e lascou um preço astronômico, acho que ele pensou vou atolar esses Brasileiros com cara de trochas, agradecemos e seguimos nossa procura, ai decidimos ir a Puerto Varas que fica bem próximo e lá procurarmos uma autorizada Honda, 15 km depois estávamos lá, e chegando encontramos uma loja que tinha o óleo Motul, compramos e decidimos nós mesmos trocar, ai fomos dar uma olhada nessa cidadezinha, e procuramos um local para almoçar, como tinha passado aquele susto cedo, pensei vou almoçar bem hoje, e fomos comer um salmão em um restaurante tradicional de Puerto Varas, veio o prato e o tempero era fortíssimo, más não dei muita bola e comi, o Rodrigo não conseguiu comer e pediu para trocarem o tempero, acabou comendo más sem dúvida o paladar desses Chilenos é muito diferente do nosso, a começar por não existir feijão, arroz, bife acebolado, maionese, e outras comidas normais para nós, lá os caras pedem um prato, tipo o salmão, e vem só aquilo, tem que pedir tudo separado, e o máximo que tem de acompanhamento é uma batata frita... Bem almoçamos e perguntamos para o pessoal do restaurante um lugar para ficarmos, nos deram algumas dicas, e fomos procurar, andamos pra cá e pra lá e não encontrávamos as hospedagens indicadas pelo pessoal do restaurante, ai o Rodrigo viu uma placa e fomos lá, fomos atendidos pela Dona Ana, e ali ficamos, deixamos as bagagens e saímos para ir ao Vulcão Osorno, Puerto Varas fica de frente para um lago chamado Lanquihue e do outro lado tem o Vulcão Osorno, o tempo estava nublado e circulamos o lago para chegar no vulcão, chegamos lá depois de uns 40 minutos e subimos até a estação de esqui, onde já era bem frio, decidimos subir até a parte de cima onde tem as pistas de esqui, e lá vai mais R$ 20,00, e subimos nas cadeirinhas e quanto mais auto mais frio, lugar muito bonito, todo branco de neve, e frio demais, curtimos um pouco o visual, tiramos umas fotos e saímos daquele frio, lá de cima olhava o lago ensolarado cá embaixo, baita visual, descemos e voltamos a Puerto Varas, fomos direto a um posto de gasolina e trocamos nós mesmos o óleo das motos, tomamos umas cervejas e combinamos que no outro dia sairíamos com destino a Argentina, voltamos para a hospedagem, e fomos dormir cedo...

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 17 de Abril - décimo primeiro dia

Acordamos com um cheirinho de café sendo passado, banho tomado, arrumei as bagagens, e descemos, café com leite, pão feito em casa, duas ou três chimias diferentes, manteiga, parecia até que estávamos em casa, a Dona Ana caprichou, tomamos o café arrumamos as coisas e nos despedimos e estrada com chuva, saímos e pegamos um caminho que não é muito usado, atravessamos por estradas de chão batido e saímos de Puerto Varas diretamente em Los Lagos, antes de chegar a Los Lagos, um caminhão me botou pra fora da estrada, estava a uns 60 km/h, e freei e acabei saindo da estrada, quando cai estava praticamente parado, más ao cair a moto deitou encima de minha perna e eu cai de costas em cima de um arbusto, levantei com a ajuda do Rodrigo e do caminhoneiro, a moto não estragou nada e eu só fiquei um pouco sujo de lama e muito assustado, fiquei parado um tempo sem falar com ninguém e pensando comigo mesmo "se não me ligar vou me matar", puts... Seguimos e chegamos a Los Lagos e fomos em direção a fronteira... Chegamos ao Passo Cardenal Samore, fronteira entre o Chile e a Argentina, a uma altura de pouco mais de 400 mts, ali fizemos a burocracia fronteiriça e tchau pra ti Chile, a chuva que nos acompanhava desde Puerto Varas foi conosco até a altura de Villa La Agostura, ali demos uma parada e almoçamos e a impressão sobre essa cidadezinha foi das melhores, muito lindo o local localizado a beira do grande Lago Nahuel Huapi e das montanhas da Cordilheira, almoço e umas olhadas e fomos em direção a San Carlos de Bariloche, vencemos esses 100 km de Villa La Agostura em pouco mais de uma hora e chegamos a Bariloche rapidamente, procuramos um local para ficarmos, achamos um quarto nos fundos de uma casa, largamos as bagagens e fomos conhecer a famosa e não tão bela Bariloche, andamos um pouco e fomos ao centro da cidade, ali caminhamos um pouco, olhamos lojas, e encontramos um cara de Bento Gonçalves, motociclista que estava lá de avião com a família, enquanto fazíamos um lanche conversávamos com o Gringo de Bento, contávamos parte de nossa aventura e ele nos contava as suas viagens, nos despedimos do Cara, e ficamos mais um pouco pelo centro em uma lan house, falando com nossos familiares, logo fomos para o nosso local de hospedagem, que disparadamente foi o pior local que ficamos em toda viagem, e antes de dormir planejamos o que faríamos no dia seguinte...

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 18 de Abril - décimo segundo dia

Acordamos umas 8:30 hs. e chovia fraco, saímos umas 9:15 hs. para conhecer um pouco das belezas naturais de Bariloche e região, fomos a Lhão Lhão, que é uma floresta quase intocada a 15 km de Bariloche, vimos vários lagos dentro desta floresta e fora, e fomos até a estação de esqui do Cerro Catedral onde não tinha neve e quase tudo estava fechado, más valeu a ida, voltamos para o centro da cidade onde almoçamos e pensamos em partir naquela tarde para San Martin de Los Andes, conversamos e como concordamos que estávamos cansados e que apartir de San Martin de Los Andes teríamos que andar sempre no limite para irmos embora, decidimos ficar a tarde dormindo e a noite demos mais umas voltas pela cidade, e isso foi feito e descansamos durante a tarde, a noite demos umas voltas e jantamos em uma pizzaria e fomos dormir umas 22 hs...

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 19 de Abril - décimo terceiro dia

Acordamos umas 7:30 hs., pagamos a hospedagem e fomos dar uma última olhada em Bariloche, logo estávamos seguindo para San Martin de Los Andes, escolhemos o caminho mais bonito, e para começar voltamos pelo caminho que leva a fronteira com o Chile até Villa La Agostura, aonde chegamos e fomos abastecer por volta de umas 10 hs., no posto de gasolina havia dois motociclistas de Neuquem com duas Super Teneré 750, conversamos com os caras e tomamos um café, eles seguiram para o Chile e nós nos despedimos deles e seguimos por uma via que está sendo asfaltada aos poucos, esse caminho liga Villa La Agostura a San Martin de Los Andes e é onde estão localizados os sete lagos andinos Argentinos, passamos por uns cinco dos sete, e o que mais me chamou a atenção foi o Lago Hermoso, lugar mais que lindo, localizado em um lugar de difícil acesso com um caminho estreito e escondido, e o lago no meio das montanhas e límpido que parecia um espelho, ficamos alguns minutos ali e seguimos viagem, por volta das 14 hs. chegamos a San Martin de Los Andes, na chegada um visual lindíssimo, a estrada serpenteando as montanhas, um lago lindíssimo com um barco a vapor lentamente seguindo seu destino, e ao fundo a cidade, chegamos e fomos almoçar, demorou um pouco e quando saímos já eram mais de 15 hs., seguimos rumo a Junin de Los Andes, que fica a 50 km. de distancia, chegando lá já estávamos no deserto, ali abastecemos e seguimos viagem, asfalto e deserto, com os quilômetros a paisagem cada vez ficava mais seca, ao lado esquerdo ao longe um Vulcão na cordilheira, impressionante e imponente, seguimos e passamos por lugares com paisagens lindas, na chegada a Zapala, a uns 10 km. da cidade fiquei sem gasolina e impressionantemente a média ficou em 12 km/litros, tiramos um pouco de gasolina da moto do Rodrigo com muita dificuldade e andei mais uns quilômetros, enquanto o Rodrigo ia buscar gasolina na cidade, deitei a moto e consegui andar mais uns quilômetros, o Rodrigo trouxe meio litro de gasolina e fui até o posto mais próximo, ali peguei uma garrafa de 2 litros vazia e coloquei gasolina e amarrei na mochila, pensei daqui pra frente não sou mais pego desprevenido. Essa situação de a moto fazer médias muito baixas me incomodou muito, ainda mais que a moto do Rodrigo fazia sempre 20 a 30 % a mais de quilometragem com o mesmo combustível, nem falo da questão financeira mas do fato da insegurança em tocar a viagem, mas as vezes agente tem que levar na cabeça para aprender, com certeza minhas próximas revisões antes de viagem como esta não serão feitas sem o meu acompanhamento e os abastecimentos serão em postos de combustíveis com bandeiras mais confiáveis... Bom moto abastecida, mais 2,5 litros de combustível na bagagem, e perguntamos a quantos quilômetros estava a cidade mais próxima, o pessoal do posto de gasolina nos falou que Cutral-Co ficava a uns 100 km e Neuquem a uns 200 km, partimos, no caminho passamos já no inicio do anoitecer por poços de petróleo na beira da estrada e também por campos de retirada de gás natural, tudo no meio do deserto, com o escuro da noite levamos um susto na estrada percebemos que um carro nos acompanhava e se nós diminuíssemos a velocidade esse carro também diminuía, por uns 20 km. esse carro nos acompanhou, até que em um trevo esse carro seguiu em frente e nós acompanhamos alguns caminhões que seguiam, tocamos até Neuquem e por volta de umas 21 hs. entramos nessa cidade linda e moderna no meio do deserto, impressionante o tamanho e o modernismo de Neuquem, fomos até o centro e ali passamos um pouco de trabalho para conseguir um hotel, a cidade estava cheia, e muito movimento nas ruas, encontramos um hotel barato bem no centro, estávamos muito cansados, afinal depois de vários dias viajando com frio, viajamos a tarde inteira no calor do deserto, banho tomado e fomos comer algo, fomos dormir depois da meia noite...

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 20 de Abril - décimo quarto dia

Acordamos cedo, tomamos café e antes das 8 hs. da manhã estávamos saindo de Neuquem, tomamos algumas dicas e nosso destino era ir a Santa Rosa nesse dia, como estávamos com um adiantado na viagem de volta saímos tranqüilos, andamos uns 10 km. e uma pedra saltou da traseira de um caminhão e pegou na mão do Rodrigo, paramos e ele reclamou muito da dor, pegamos informações sobre o caminho a ser seguido e rumamos a Puelches, as informações eram que Puelches ficaria a 200 km. e fomos em frente, seguimos e tínhamos a informação sobre um lugarejo mais ou menos em meio caminho chamado Casa de Piedra, andamos uns 160 km. para chegarmos em Casa de Piedra, para se ter uma idéia de como é esse trecho de deserto comparo ao deserto do filme “Mad Max”, ali encontramos uma represa e uma cidadezinha sendo construída, um posto de combustível em fase final de construção e poucas pessoas morando ali naquele lugar distante de tudo, perguntamos quantos quilômetros até Puelches e ficamos sabendo que teríamos mais no mínimo 100 km. pela frente, nossa gasolina não nos levaria até Puelches, ai saímos pedindo gasolina para todas as pessoas que encontrávamos, até que encontramos um senhor que trabalhava em uma maquina (trator), e o cidadão conseguiu uns 5 litros de gasolina pra nós e não queria cobrar nada, demos uns pesos para o cara, e seguimos viagem, fomos em velocidade baixa para economizarmos, depois de uma hora e meia chegamos a empoeirada Puelches, no tanque de minha moto tinha uns 300 ml. de gasolina, ali abastecemos e comemos um pão com um pedaço de carne dentro e tava bem bom, seguimos rumo a Gral. Acha, pouco movimento nas estradas, imagina em um domingo e viajando no deserto, isso me fez pensar muitas coisas da vida, da liberdade, de como sou um felizardo de poder viajar por lugares como estes, de como somos pequenos em certos momentos na vida, e damos importância a coisas que na verdade não tem valor nenhum nessa vida. Pensando e tendo tempo para pensar, você acaba pensando coisas às vezes sem nexo e foi ai que pensei: “Como é feliz essa minha Falcon, apesar de ser uma 400 cc, esta aqui viajando por esses paises, conhecendo essas retas maravilhosas, pegando ventos laterais e frontais, pegando frios de zero grau e logo temperaturas de quase 35 graus, certamente ela tem, caso tivesse a capacidade de formular pensamentos e se expressar, a mesma felicidade que eu sinto por fazer essa linda e maravilhosa viagem, e também ela deve estar dando risadas das infelizes motocicletas que nunca fizeram e/ou farão viagens como esta...”, nem sei se esse pensamento é tão sem nexo assim... Bom andamos mais umas horas e por volta de 14:30 hs. chegamos a Gral. Acha, que é onde termina ou começa o deserto La Pampa, fomos abastecer direto e desci da moto fazendo piadas para animar o ambiente, pois estávamos viajando já há quatorze dias e o dia de ontem e hoje foram bem puxados, abastecemos e enquanto conversávamos o Rodrigo deu uma examinada no bagageiro de sua moto que já tinha apresentado algumas rachaduras, e percebeu que ela estava por um triz de definitivamente romper, ai sugeri tirarmos o baú do bagageiro e fixarmos na parte traseira do banco e foi o que fizemos e amaramos bem para seguirmos, saímos dali e seguimos para Santa Rosa, andamos mais uns 100 km. e na entrada da cidade o Rodrigo fez sinal para pararmos e me falou que não poderia continuar, pois o baú estava batendo em suas costas e lhe machucando, bom nos restou apenas procurar um soldador, e fomos procurar, andamos uns 100 metros e o Rodrigo avistou um local com muitos carros velhos espalhados dentro do pátio, fomos até lá e na chegada percebemos que se tratava de uma casa de ciganos, mas perguntamos a um jovem que estava na frente da casa se eles tinham ou sabiam aonde teria um soldador e ele nos respondeu que não tinha más se andássemos mais uns 50 metros pela via principal encontraríamos um galpão com um portão grande de ferro, agradecemos e antes de sairmos chegou um carro com uns quatro ou cinco ciganos e já foram perguntando o que queríamos ali, e uma cigana já foi pedindo dinheiro ao Rodrigo, como eu estava encima da moto, liguei a moto e fui saindo, o Rodrigo também subiu na sua moto e foi saindo, fiquei rindo da situação, e antes de comentar sobre isso já estávamos na frente do galpão e ele estava com a porta aberta, o Rodrigo desceu da moto e entrou e por incrível que possa parecer em pleno domingo em uma cidade do interior da Argentina conseguimos encontrar um soldador com o aparelho na mão... o Rodrigo falou com o cara e o cara na hora já disse que poderia fazer, e em menos de 40 minutos estava pronta a solda do bagageiro da moto do Rodrigo, quando fomos perguntar quanto saiu o serviço tivemos a grata surpresa do nosso novo amigo Guido não querer de forma alguma cobrar, e ai argumentamos que gostaríamos de pagar e tudo mais e ele insistiu em dizer que não cobraria e nos disse mais, disse que admirava o que nós estávamos fazendo, que era um dos seus sonhos viajar dessa forma, que quando era jovem teve uma motocicleta, e depois comprou um carro e corria na formula Renault Argentina, e que por motivos familiares havia abandonado esse esporte, e por tudo isso não nos cobraria nada. Putz... Num domingo, no meio do nada, em Santa Rosa, Republica Argentina, quebrou o bagageiro e encontramos um soldador com o maçarico na mão, é muito, e ainda o cara não cobrou pelo serviço que ficou perfeito... Esse mundo é foda... Nos despedimos do Guido e saímos em direção a Realicó que fica a mais ou menos a 120 km. de Santa Rosa e ao anoitecer lá chegamos, pegamos o primeiro hotel que encontramos e banho tomado fomos até o centro para comer algo e se comunicar com nossos familiares, fomos dormir cedo, pois estávamos muito cansados em função do calor encontrado nesse trecho do dia.

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 21 de Abril - décimo quinto dia

Acordei e os ossos doíam em todo o corpo, banho tomado, café tomado e vamos embora, pegamos o rumo de Gral. Villegas, e como era segunda-feira tinha muitos caminhões na estrada, andamos 115 km, e paramos para abastecer e a média que minha moto fez nesse percurso é vergonhosa algo entorno de 11,6 km/lts., pegamos o rumo de Rosário pela Ruta 33, atravessamos varias cidadezinhas com velocidades baixíssimas, e por volta de 14 hs. paramos para almoçar próximo a Casilda, ali comemos uma bóia das piores, e seguimos a Rosário aonde chegamos umas 15 hs. e fomos procurar um local pra trocar o óleo das motos... Demos umas erradas e achamos uma oficina de troca de óleo, negociamos valores, escolhemos o óleo, e... enquanto eu pagava, o filho do dono da oficina conseguiu quebrar o carter de minha moto no local onde o parafuso encaixa, putz... e agora... E por incrível que pareça o proprietário mandou buscar um mecânico que com a ajuda de um vizinho da oficina fez o concerto dentro das possibilidades, acabamos perdendo tempo, más é assim mesmo, as coisas acontecem... Saímos dali e decidimos tocar até chegarmos na fronteira com o Uruguay, nessa altura o psicológico fica muito abalado em função da saudade, então qualquer coisa te abala, e no momento que vi a situação do carter, cheguei a dizer para o Rodrigo seguir viagem sozinho por que achei que teria que ficar uns dois dias em Rosário para solucionar o problema... Más seguimos e já anoitecendo deixamos Rosário para trás e rumamos para Concepcion del Uruguay, onde paramos para comer algo já passados das 20:30 hs., abastecemos e fomos no rumo de Colon, onde fizemos o tramite aduaneiro de saída da Argentina, tchau Argentina, e entramos no Uruguay, entramos em Paysandú/UY umas 22:30 hs. buscamos um hotel e conseguimos um bem barato e sem conforto algum, más tinha garagem fechada e como estávamos cansados isso era o mais importante....

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 22 de Abril - décimo sexto dia

Acordamos e saímos do hotel antes das 8 hs. e fomos tratar de cambiar algum dinheiro para seguirmos até Taquarembó, enquanto aguardávamos abrir a casa de cambio, conversei com o Rodrigo sobre a minha pretensão de ir diretamente para casa nesse dia, estávamos a mais ou menos 1.100 km de minha cidade, a saudade era muito grande, o lógico diria que deveria acompanhar o Rodrigo até Pelotas e no outro dia ir para casa, más... saímos de Paysandú por volta de 8:45 hs. passamos por Taquarembó e as 12:30 hs. estávamos saindo oficialmente do Uruguay, em Rivera fizemos o tramite aduaneiro, e pisamos depois de 15 dias e muitos quilômetros em solo Brasileiro, em Santana do Livramento fomos almoçar com o nosso amigo Kojac e depois fomos até o centro, onde comprei nos Free-shop algumas lembrancinhas para os meus familiares, saímos de Santana do Livramento as 15:30 hs. e fomos juntos até o trevo que dá acesso a cidade de Bagé, ali paramos e nos despedimos, agradeci a meu amigo Rodrigo por tudo que tínhamos passado juntos, pela atenção que ele havia me dado e pelas vezes que me ajudou, sem dúvida sem ele não teria completado com êxito essa viagem.... O Rodrigo seguiu para Bagé e depois Pelotas aonde chegou as 19 hs., eu arranquei minha moto e comecei a fazer cálculos de que horas chegaria em casa, calculei mais ou menos quantas paradas faria, já que estava sem velocímetro e tinha que calcular a velocidade aleatoriamente, segui o caminho para Santiago do Sul, onde passei e fiz a primeira parada e São Gabriel, ali abasteci e por incrível que pareça a media de combustível aumentou consideravelmente, chegando a 15 km/l., tomei uma água mineral e liguei para minha esposa Cristiane e avisei que estava a caminho, que por volte 22 hs. estaria em casa, sai dali com muitas dores nas costas, acho que o cansaço misturado com a ansiedade e a saudade me deixou assim, logo começou a anoitecer e andei mais uns quilômetros, a idéia inicial era parar próximo a Pântano Grande, más as dores nas costas ficaram cada vez piores e ai parei em um posto de combustível para espichar o corpo, segui viagem e de certo ponto em diante resolvi andar no ritmo do transito, afinal você viaja por três paises, anda quase 8.500 km, passa por sustos incríveis, e ai quando vai chegar em casa vai correr riscos? Andei muitos quilômetros a 70/80 km/h atrás de caminhões e carros a baixa velocidade, quando cheguei em Eldorado do Sul abasteci a moto novamente e novamente a média de consumo da moto subiu, apartir dali resolvi andar atrás de um caminhão numa velocidade de 100 km/h mais ou menos, e foi o que fiz, parei novamente no Posto Grall na Free-Way, e segui firme para as 23:15 hs. da noite do dia 22 de Abril de 2008, chegar inteiro em casa, abracei minha esposa e acordei minha filha a beijos, a saudade era enorme e o cansaço descomunal....